Quando o preconceito venceu o cérebro: O Jogo da Imitação

Quanto o preconceito é capaz de mudar a história de alguém? E quanto esse alguém é capaz de mudar o mundo mesmo enfrentando estas indiferenças?
Em “O jogo da imitação” (2014) dirigido pelo norueguês Morten Tyldum que já tem oito filmes na carreira, vemos esses questionamentos à tona apresentado numa era totalmente influenciada pelo preconceito.
O filme é uma cinebiografia do britânico Alan Turing, matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação que participou de um projeto que salvou

milhões de vidas revolucionário e ambicioso para época, quebrar os códigos de guerra da Alemanha Nazista.
O filme mostra Alan em momentos de tensão por conta do projeto e pelo forte preconceito que recebe por conta de sua homossexualidade e foi baseado no livro “Alan Turing: The Enigma” de Andrew Hodges, adaptação esta que levou o filme a ganhar o Oscar 2015 como melhor roteiro adaptado, o roteiro é de Graham Moore. Embora indicado, porém, sem ganhar o Oscar de melhor ator, em minha opinião o ator inglês Benedict Cumberbatch que interpreta Alan Turing, faz uma atuação sensacional, trazendo sensibilidade e vida ao personagem. O elenco ainda conta com Keira Knightley como Joan Clarke, Matthew Goode como Hugh Alexander, Mark Strong como Stewart Menzies e Allen Leech como John Cairncross.
Hoje, por conta de sua brilhante participação no projeto Ultra, Alan Turing é conhecido como o inventor do primeiro computador da

história, porém, para época (1952), sofreu, foi seguido pela polícia e processado por ser gay, chegando a aceitar o tratamento com hormônios femininos e castração química para não ser preso, morreu em 1954 aparentemente por auto-envenenamento.
Assim como a interpretação de Cumberbatch, o filme como um todo é sensível, envolvente e intrigante, uma belíssima produção que vale e muito assistir.