Review da Série: The 100

Essa review não contém spoilers.

Com base na trilogia da escritora Kass Morgan, a série The 100 foi ganhadora do Saturn Awards de melhor série com temática voltada aos jovens de 2015. Dirigida por Jason Rothenberg, ela retrata um futuro pós-apocalíptico, no qual a Terra passou por uma guerra nuclear devastadora. Os sobreviventes que estavam em órbita, em estações espaciais diversas, resolveram reunir seus recursos e estações para formar um grande conglomerado nomeado de “A Arca”, ampliando as chances de sobrevivência.

Os habitantes da Arca passam por racionamentos frequentes, normas rígidas de controle populacional e diversas dificuldades. A vida no espaço é retratada com uma bela fotografia em tons frios, muita luz e todo os utensílios e equipamentos com fabricação em metal. Nada é desperdiçado, tudo é reaproveitado.

Todos abaixo de 18 anos que cometem crimes, são presos e passam por uma revisão do conselho ao atingir a vida adulta, porém os adultos que cometem crimes não têm a mesma sorte na Arca. Eles são executados sem nenhuma piedade, facilitando o controle populacional. A série cria um termo “float (flutuar)”, que descreve a execução por ejeção para o espaço, um método bem similar ao mostrado em outra série espacial, a conhecida Battlestar Galactica. Por falar nessa série, não somente os cenários nos fazem lembrar de Battlestar Galactica, como também há 2 atores dessa série como coadjuvantes em The 100.

Após uma grande pane no sistema de ar, os líderes da Arca percebem que não terão outra escolha senão retirar pessoas do consumo constante de oxigênio, poupando ar, permitindo que os demais ocupantes possam sobreviver mais algum tempo. O plano original era enviar pessoas à Terra apenas quando a radioatividade estivesse menos perigosa, porém arriscam e enviam os mais descartáveis da Arca para fora da estação: Os detentos juvenis.

Eles são enviados em uma missão secreta para a Terra, aproveitando para testar com este sacrifício se ela pode ou não ser colonizada novamente, salvando o restante da população.

Sem escolhas, os jovens são forçados a um amadurecimento. Os fracos e despreparados acabam por morrer. A perda da inocência é mostrada na série, ao melhor estilo O Senhor das Moscas, com traições, assassinatos, roubos, loucuras e segredos, assim como em outros romances distópicos conhecidos como Jogos Vorazes e Maze Runner.

Seja na busca por suprimentos, como na caça, na construção de abrigos ou na definição de tarefas para cada um, o tema sobrevivencialismo é muito presente e constante na série, que retrata diversos questionamentos sobre as relações humanas, seus conflitos em espaços confinados, o terror de não ter guias e nem pais por perto para aconselhá-los e até mesmo a discussão sobre a importância de leis para mantermos a ordem social e o bem-estar coletivo.

Logo no primeiro episódio os 100 percebem que não estão sozinhos na Terra. Quem seriam os outros sobreviventes? Seus costumes e objetivos? Como eles farão para sobreviverem em um mundo tão hostil e desconhecido? Será que essa Terra ainda pode ser considerada como o lar da raça humana?

O canal CW é muito conhecido pelas séries voltadas ao público adolescente, porém The 100 foge pela tangente dos clichês, que só são realmente notáveis nos primeiros episódios, surpreendendo em seguida com arcos de história com reviravoltas, tanto na primeira, quanto na segunda temporada, com desfechos de tirar o fôlego e uma trilha sonora bem marcante. Somos apresentados a personagens cativantes, com lindas atuações e que deixam no chinelo em comparação com muitas das figuras carimbadas tradicionais de Hollywood.

A primeira temporada encontra-se atualmente disponível na Netflix Brasil. A segunda teve estreia dia 01/09/2016. Nos Estados Unidos a série contou com uma terceira temporada ainda sem data de estreia no Brasil. (Em breve mais novidades aqui). Embarque você também na nave de fuga e acompanhe já essa série.

Veja a ficha técnica completa.
Veja o Trailer Legendado:

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